sexta-feira, 19 de maio de 2023

A história da professora AFONSINA - II -


Castanha do Pará

 


A empatia existente entre o jovem FRANCISCO e o Sr. JOSÉlogo deu lugar a uma amizade que, embora se verificando uma brutal
diferença de idade entre os dois, lá pelo quinto ou sexto dia de viagem, levou o Sr. JOSÉ a dizer ao jovem novo amigo, que ele não mais iria para o Estado do  Amazonas; ao contrário, deveria esquecer a borracha e vir trabalhar com ele na cidade  onde morava  e exercia suas atividades à frente de um extenso " castanhal " de sua propriedade.
A confiança mútua levou o jovem FRANCISCO a aceitar sem mais  delongas a proposta de emprego, embora não tivesse nem a mínima ideia do que seria um " castanhal " e muito menos quais as condições de trabalho que lhe seriam disponibilizadas na tal localidade.
Convite aceito, alguns dias depois, o navio " gaiola " aportava na  cidade onde vivia o Sr. JOSÉ.
Na verdade, nem de " cidade " poderia ser chamada a pequena vila...
Embora alguns historiadores mencionem sua fundação acontecendo no ano de 1877, pelo Padre JOSÉ NICOLINO DE SOUZA, que a designou com o nome de Uruá - Tapera, estudos e pesquisas mais recentes, certificam a chegada do luso CARLOS MARIA TEIXEIRA, já em1862, na então florescente Mura -Tapera. Este cidadão português, então com 23 anos de idade, chegou ao Pará em 17.12,1861, morando inicialmente na cidade de Óbidos até maio de 1862, quando transferiu sua residência para Mura-Tapera aonde fincou raízes em definitivo, fazendo importantes investimentos financeiros no comércio e na produção de riquezas. Hoje seu nome é lembrado na designação de uma das principais vias da cidade de Oriximiná, em que se transformou o pequeno lugarejo.
 Pela Lei 1288, de 11.12.1886, foi elevada à categoria de Freguesia de Santo Antônio de Uruá, pelo presidente da Província do Grão-Pará e Desembargador do Maranhão, Dr. Joaquim da Costa Barradas.
São imprecisas as informações sobre a vida da Freguesia, no período compreendido entre sua fundação e a data de 09.06.1894, quando o então Governador do Estado, Dr. LAURO SODRÉ, elevou-a à categoria de " Vila ", já com o nome de Oriximiná. A criação do município, com a mesma denominação, se deu no dia 05.12.1894, sendo nomeado como primeiro Intendente, o Sr. Pedro Carlos de Oliveira.
Por ocasião da chegada do jovem FRANCISCO, lá pelo início da década de 1930, a cidade era constituída por apenas cinco ou seis  ruas, que subiam preguiçosamente por ladeiras mais ou menos íngremes e desprovidas de qualquer obra que facilitasse o trânsito de seus habitantes. Uma destas ruas levava a uma praça ampla, no centro da qual fora erguida uma igreja, cuja pedra fundamental  foi solenemente assentada e benzida, no dia  23.07.1922 - quando se comemorava o primeiro centenário da independência do Brasil - pelo Venerável Vigário da Paróquia de Óbidos, Frei Rogério Voger O.F.M. ( Franciscanos da Ordem dos Frades Menores ).
 O jovem e aventureiro viajante, já demonstrara grande admiração pela paisagem encantadora, única para seus olhos nordestinos acostumados às terras áridas, logo por ocasião da passagem do
" vapor " pela foz do Rio Trombetas.
 Este rio, de águas límpidas e transparentes, contrastava de maneira brutal com as águas barrentas do Rio Amazonas, deixado para trás lá pelos lados da cidade de Óbidos. Completou-se seu encantamento, com a visão de estonteante beleza das praias alvíssimas à frente da cidade e ele decidiu, naquele momento, que aquele lugar maravilhoso seria pra sempre sua morada!


Obrigado pela visita.                                         
                                                               
Continua na próxima sexta-feira.

Bom fim de semana.



Clovis de Guarajuba
ONG Ande&Limpe

13 comentários:

Daniela Alves disse...

Tio Clóvis, muito interessante suas narrativas. Desde que li a primeira fiquei ansiosa para ler esta.
Parabéns! Sua forma de desenvolver a escrita me faz querer que a pŕoxima sexta-feira chegue logo e conheça mais dessa interessante história.

Anônimo disse...

Foi o início de tudo! Da minha família materna, onde o meu Bisavô Carlos Maria Teixeira formou esta numerosa e linda Família!👏👏

Anônimo disse...

Show tiozão, não vou perder nenhum capítulo 😍🙌🙏👏

Anônimo disse...

Maravilhoso conhecer o início dessa história, que também é minha. Beijo!

Anônimo disse...

Foi o início de de tudo! Da minha Família materna, onde o meu Bisavô Carlos Maria Teixeira formou esta numerosa e linda FAMÍLIA.
Argentina Teixeira Mokarzel Bitar Aragão de Souza.

Anônimo disse...

Gostei primo!

Jaciara disse...

Realmente, é interessante teu relato. É bom deixarmos a marca familiar registrada para o futuro de nossos sucessores. Existem fatos que agora gostaríamos de saber e que já se perderam pela morte de quem sabia. Na vdd não nos interessava saber, até que adquirimos a maturidade e coisas assim passam a ser relevantes. Parabéns, pela iniciativa. Bjs primo.

Anônimo disse...

OLA CLOVIS
SOU SUSPEITO PARA FAZER QUALQUE COMENTATIO DE SEUS TEXTOS
SAO TODOS MUITO BEM ESCRITOS
DE FACIL ENTENDIMENTO AO MESMO TEMPO DE MUITO BOM GOSTO E CRIATVO DEPOIS VOU QUERER TODOS PARA QUE POSSA RELER E GUARDAR COMIGO
OBRIGADO
FORTE ABRACO
OBRIGADO
FORTE ABRACO
OBRIGADO

Carlos Leonel disse...

Olá Clóvis
Foi com grande emoção que li seu TEXTO sobre NOSSA amada e saudosa MÃE
Sou suspeito para fazer qualquer comentário a respeito de sues TEXTOS
Todos muito bem escritos e criativos de fácil entendimento
Espero ganhar todos para que eu possa reler e guardar todos comigo
Termino com duas palavras..... PARA BENS KKKKKKKKKKK
Obrigado
Forte abraço

Anônimo disse...

Oi tio querido fico feliz de saber que o sr esta bem. Saudades. Bjs

Anônimo disse...

Tio Clóvis o sr tem uma memória invejável. Parabéns amei saber da vida da nossa amada avó.

Anônimo disse...

Parabéns pelo interessante relato da história da nossa cidade!

Anônimo disse...

Resistência nordestina , força paraense , e um talento natural vindo do altíssimo Deus ..